segunda-feira, 12 de março de 2012

Du Don de Soi



“Um movimento que se vai criando cheio de suavidade e verdade, algo que nos move, que nos transporta e que, visto do exterior, só poderia ser daquela forma…
Uma coreografia da verdade que, acontecendo, só poderia ser assim! Um dom de si maior”.
Paulo Ribeiro,
folha avulsa distribuída no início do espectáculo
A obra, inspirada no universo cinematográfico de Andrei Tarkovsky, abre com a enternecedora imagem: um homem que se refresca demoradamente, derramando água sobre a fronte. O silêncio na sala é quebrado pelo susurro da água que corre pelo rosto! De seguida, os bailarinos, um a um, entram devagar, em trajes menores, e ali, à nossa frente, vestem a roupa com que dançarão ao longo da peça.
Admirável! A Companhia Nacional de Bailado leva cultura ao interior, que dela bem precisa.
Bailarinos de primeira água propiciaram um belo espectáculo.
O coreógrafo Paulo Ribeiro [o criador apresentou-se na sua própria casa] surpreendeu-nos. Extraordinária interacção da música, vídeo, imagem, desenhos de luz e dança, tudo perfeitamente combinado. Foi merecida a grande ovação final que o público, reconhecido, lhe destinou.
Quem diria, na cidade do interior, uma missão tão exigente, mas que, graças à imaginação, foi possível cumprir com tamanha qualidade!
Estão bem vivos, a CNB e o Teatro Viriato.